terça-feira, 16 de junho de 2009

Emudeci...

Frida Kahlo
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Tem hora que é melhor não dizer nada... não pensar em nada, calar-se diante das circustâncias absurdas que se impõem.
Emudecer.
Aquietar a alma, pra que as respostas cheguem. Ou pra que as perguntas mudem.

Simplesmente emudecer.
Eu, na minha intensa sede verborrágica, me calo, paro, canso. Tento enxergar com distanciamento e discernimento.
Vale a pena?

Por isso, hoje e talvez amanhã, não vou preocupar-me com nada. Apenas seguir.

Seguir quieta nas minhas inquietações internas. Tentando silenciar medos, sonhos e deixar que a verdadeira luz se espalhe pelas frestas de escuridão.

Calo.
Paro.
Saio de cena.


Assim me despeço, me despedaço, me refaço, renasço e respiro um novo ar.
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terça-feira, 2 de junho de 2009

Afetos-reflexos

Marc Chagall- I and the village- 1911

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Não encontro uma foto que caiba em mim neste momento.
Não encontro uma frase, um texto que expresse exatamente o que sinto, vejo, desejo, sonhe, seja, neste momento.
Ando tão perdida de mim, como em suspensão a encontrar quem realmente sou!
E quem sou eu?
Não que eu não saiba quem eu seja. Mas, sou sempre tão assim, tão cheia, múltipla, mil facetas a preencher-me. Ora isso, ora aquilo, ora aquilo outro! Ora não mais, ora sempre mais, ora jamais, ora tudo, ora nada!
Quem me conhece que me compre!
Compre meus arroubos mais sinceros!
Compre minhas mais novas paixões!
Minhas mais novas aquisições: artísticas, amorosas, sentimentais, emocionais, psíquicas, filosóficas, políticas ou apolíticas, sociológicas, religiosas, místicas, acadêmicas, lingüísticas, antropológicas, astrológicas...

Compre meus mais sinceros afetos! Sim, são eles que me fazem feliz, que me remetem a um ou a outro caminho. Afetos que necessito pra seguir por essas estradas difusas que sempre me remetem a tantos e tantos mundos.
São os afetos que me movem. Que me dignificam. Que me fazem levantar da cama. Desde os afetos mais supérfluos, os mais comerciais, os mais banais, os mais concretos, os mais verdadeiros, os mais intensos, os mais sem nexo, os mais absurdos (sim, esse me refiro a você), os mais irreais (esse também), os mais inquietantes, os mais tranqüilos, os mais básicos, os mais necessários, os mais imprevisíveis, os mais previsíveis, os mais irritantes, os mais complexos...

Esses afetos se tornam reflexos de mim. Sou o que sou, pelas minhas trocas.
Desde as trocas com meu meio, minha história, meu passado, minha família, meus amores, meus amigos, meus falsos amigos, meus flagelos emocionais, minha arte, minha formação acadêmica ou não, minha semente, minha terra, meu adubo, minha plantação, meus frutos, minha polpa, minha casca.
A energia que troco, que recebo e que dôo, torna-se o sol da minha vida. O que me sustenta e alimenta.
Por isso, sou assim, sempre sincera (acredite se quiser). Sincera de querer gostos sinceros de amor. Amor fragmentado em diversos tipos de trocas.
Claro, vivemos em tempo de crise. Rupturas. Trocas cada vez mais superficiais, virtuais, distantes de valores simples e necessários.
Daí entra a Arte. O Teatro, essa minha paixão, a Arte-Educação, ferramenta tão necessária pra nos aproximar. Aproximar os iguais. Somos todos iguais. Na mesma simbiose universal de energia. Por isso sempre acredito no “IN LAKE’SH”.
Claro, sou imperfeita. Tento cumprir com o que acredito, que penso, que sinto.
Mas, tenho meus vacilos, desvios, manchas... E sou aprendiz. Eterna!
Erro, caio, levanto...Aprendo, ouço, repenso...

Estou na caminhada e avante!
Estou na suspensão de algo que não sei. Sempre me levando a lugares que não sei onde vão dar. Sempre me fazendo andar em círculos, em vícios...
Essa energia que me acompanha, que me guia, que confio e com ela sigo!

Feliz!
Felicidade que sempre se cumpre com pequenas promessas.
Um dia de sol, um domingo de chuva, um canto de pássaro entre os muros de pedra, um sussurro no ouvido, um olhar doce, uma palavra amiga, uma música que me toque, um sino a soar, um novo sorriso desconhecido, um abraço de aluno, um pensamento pecaminoso, uma nuvem no céu, a brisa da manhã, o calor da tarde, o frescor da noite...

Não preciso de muito.
Claro, neste mundinho tão cheio de “inhos” acabamos precisando de sempre mais.
Esses “mais” não preenchem verdadeiramente, mas são necessários.
Vivemos assim: entre os “inhos e mais” e nesse limite razoável caminhemos rumo a sempre nos descobrir, nos modificar, nos questionar.

Quem sou eu?
Será que caibo nesta foto?
Que frase me expressa neste momento?

Nenhuma!
Ufa!
Bem melhor...Assim não me limito e não me fecho. Abertura!
Sempre aberta a novos rumos, novas trocas, que me transformam e me tornam um tiquinho mais louca e rara neste mundinho tão “inho”...

E termino sempre com: "IN LAKES’H", que resume tudo, sempre!

IN LAKES’H

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"Meu maior reflexo-afeto hoje é, o reflexo-afeto espelhado através de ti..."