sábado, 28 de fevereiro de 2009

Carta para uma amiga

Marc Chagall


.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•..•♥´¨`♥•.¸¸.•♥


A vida não é feita para aqueles que já tem as respostas prontas!
A vida é feita para os insatisfeitos, para aqueles que transgridem sempre a si próprios, que não se satisfazem com as pequenezas mundanas, que sonham sempre em sonhar e sonham com o sonho que não sabem qual é.
Essa busca eterna de quem somos nós, o que queremos, o que nos satisfaz, não deve trazer angústia ou dor. Estamos todos na mesma caminhada. Infeliz daquele que já acha que descobriu tudo, que sabe tudo, que acredita ter todas as respostas e a chave da felicidade na mão. Estamos aqui pra nos superar sempre, pra nos curvarmos diante do Todo Poderoso e confiar em suas mãos. Seguir com passos firmes, mesmo não enxergando um metro quadrado a frente.
Respire fundo e confie. Confie em si própria, na sua luz, na sua estrela, ela te guiará. Feche os olhos e os ouvidos deste mundo real e descubra seus anseios mais profundos e particulares. Isso acontecerá quando encontrar sua paz, que está escondida no seu ser livre de ansiedade. Não tenha pressa! Tens uma estrada enorme pela frente e tudo tem seu tempo de maturação, de desabrochamento.
Aceite os espinhos e deixe jorrar o sangue. Siga o caminho que dele escorre. Descobrirá a chave do portal da felicidade, em sua dor, sua alegria, sua ânsia por dias melhores. E eles chegarão. Sim, pois ao final deste processo estará mais forte, mais plena, mais confiante. Estará mais certa de qual caminho seguir. E não se frustre se esse caminho te levar a outros que não planejou. O importante é caminhar sempre, estar em busca constante.
Quem morre pros seus sonhos, morre pra vida.
Sinta-se feliz neste momento. Porque te resta apenas a dúvida por onde trilhar, e não perdeu o fôlego e a vontade de trilhar por algum caminho. Só precisa deixar sua alma falar mais alto e ela te conduzirá.
Nossa alma fica ofuscada por essa confusão da vida moderna. Se feche como uma ostra, em seu casulo de paz. Entre em contato com seus recônditos e vai saber. Logo nascerá uma pérola. Reluzente, magnífica.
Confie.
Logo verei um sorriso de luz brotar em seu rosto.
Amiga querida serás feliz. Não há motivo pra medo.
Felicidade é viver e viver consiste nestas dores, angústias, dúvidas, medos e toda alquimia de sentimentos conflituosos!
Respire a alegria de estar experimentando do melhor e pior!
Serás forte e feliz!

Beijo de luz nesta alma linda ofuscada pelo medo. Não se abata. Logo à frente, estará a solução pra tudo...Em você!


.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•..•♥´¨`♥•.¸¸.•♥

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Navegante

Marc Chagall - "Maternity" - (1912-13)

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do
nosso corpo e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia; e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos."
(Fernando Pessoa)



Estou num poço de quereres...Uma enorme ânsia de navegar em mares profundos, descobrindo novas matizes, temperaturas, formas, texturas. De me provocar com novos sentidos, novas auroras a despertar no horizonte.Possibilidades múltiplas, desintegrando a inércia, o outrora, o ultrapassado, o deja'vu.
Vejo-me limitada pela materialidade da vida moderna. Mas não me abato!A mente rica em possibilidades, lança-me a uma realidade extra-física e então deleito-me em ondas de prazer e descoberta.
Assim torno minha existência um infinito vagar em descobrir e superar.
E nesta descoberta do mundo, nesta superação de limites, acabo descobrindo e redescobrindo quem eu sou, o que quero, e o que sinto!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Toc, toc, toc...Alguém aí?!

Marc Chagall




.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•..•♥´¨`♥•.¸¸.•♥



Toc toc toc...Era alguém batendo na porta do meu coração. E eu simplesmente me recusava a atender.Toc, Toc, TOC, TOC, TOC... O danado insiste, mas que danado de chato esse rapaz!
Não quero, não quero, não queroooo!
Não vou atender!
Prometi a mim mesma, que dessa vez não ia atender a pedidos de moratória. Eles chegam, se instalam folgadamente, preenchem os espaços, criam laços, enfeitam, acariciam, fazem promessas belas de contratos estáveis e depois partem, sem mais ou menos, com desculpas de: “Desculpe, morei, dormi, comi, mas este lugar não era bem aquilo que estava procurando. Procuro algo mais confortável, seguro, luxuoso, na moda”. Ou então algo que fira menos minha auto estima, como: “ Oi, então...Eu queria dizer, que...Seu coração é maravilhoso, espetacular, mas desculpe, é muita areia pro meu caminhão. Não agüento tanto, não mereço tanto.”
Ou, algo mais vago: Sabe o que é !? Sei lá...Acho que...Hã! Eu gosto daqui, me vejo morando a vida inteira, mas corro riscos e...prefiro não arriscar!
E há aqueles casos de traição. Puts, essas doem mais do que qualquer outra.
Tsc, tsc, tsc...Seja de que forma seja, depois eu fico lá, perdida naquela imensidão, naquele abismo, sentindo falta de todos os espaços preenchidos, lutando ferozmente contra o silencio, as dúvidas, a incompreensão.
Ok. Chega de momento dramático. Sejamos realistas. O fato é que estou de saco cheio de ser porta moscas. Elas chegam fazendo aquele Zzzzzzzzzz barulhentíssimo. Ficam com as patinhas enroscando uma na outra em cima da comida, alimentando-se o quanto podem. Depois voam buscando novos vôos mais interessantes. Fora quando não encontramos aquelas moscas varejeiras gigantes! Aquelas que vivem na bosta! Ah, gente, perdão pela palavra, mas não existe melhor termo pra definí-las.
Enfim...
Não querooooooo!
de saco cheio!
fechada pra balanço!
E antes que achem que há mulheres demais falando sobre o mesmo assunto, há artigos demais, reportagem em revistas femininas, livros de auto-ajuda, filmes, novelas e pecas de teatro, eu digo e repito: vale a pena me ouvir. Ou ler...Como preferirem. Eu falarei de algo diferente.
Falarei da minha vida maravilhosa sem homens. Sem amores, sem romance, sem sexo...Ops...sexo não. Isso não tem como! Com menos sexo, quero dizer!
E provarei, PROVAREI, que é muito possível viver sem eles. Que é melhor viver sem eles. Que temos que formar uma geração de fêmeas autônomas sem aqueles eufemismos idiotas de sonhar em se casar, de ter filhos, de viver para o lar!
Abaixo a escravidão!
Androfóbica eu?! Não. Feminista eu!? Não. Quem dera. Apenas uma mulher revoltada e cansada de viver esperando um amor cair do céu. Um grande amor, como aqueles do conto de fada que eu sempre ouvi mamãe contar.
Era uma vez...Uma bela princesa!
E no final...viveram felizes para sempre!
Arghhhhhhhhh!
Mentira!
MENTIRA!
Mentira.
Tudo é culpa dos contos de fada gente!
Tudo!
O sapo que vira príncipe! Hahahahaha!
Aonde?!
Aonde na vida real de meu Deus, um sapo, ou seja, um homem feio, fedido, estranho, babaca, vira um príncipe lindo, perfumado, esbelto e perfeito!?
Jamais!
Um homem babaca é sempre um homem babaca. E considerando que homens pensam sempre com a cabeça de baixo, todos são babacas!
Affe! Eu só não digo que odeio homens, porque não tenho a mínima vocação de ser lésbica. Se não, já tinha entrado pra turma das marias chuteiras.

Vocês devem estar pensando:

-Coitadinha...Está tão traumatizada!

Não tenham pena de mim! Não admito, entenderam?!
Muito diferente. Não escolho me relacionar, porque não quero.
Vocês não ouviram o rapaz bater na porta!? EU não quis atender!
Euuuuuu! Euuuuu!!! (Bate no peito)
E vai ser assim por um bom tempo. Apenas quando eu decidir o contrário. Sou dona dos meus sentimentos, pensamentos, decisões.
Provarei a mim e a todos que podemos viver felizes sim. Que podemos ser solteironas pro resto da vida e sermos realizadas.

Como diz a música da Stopa, uma cantora não muito conhecida, mas que gosto bastante: “Velho estranho empenho tenho...Novo prático coração!

Que este novo coração a partir de hoje seja mais racional em suas escolhas e atitudes.
Eis que surge uma nova mulher!



Uma mulher pode ser feliz mesmo sem ter a tampa da sua panela. Que tem consciência que nasceu uma frigideira! Mas claro, não odeia o amor e nem sentimentalismos. Apenas não quer mais dedicar-se a isso.

Será?

Será?




Será?




.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•..•♥´¨`♥•.¸¸.•♥

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Enterro



Marc Chagall- Midsummer

.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•..•♥´¨`

Enterrei.
Tudo.
Que podia fazer?
Vez em quando, uma flor cisma em brotar, em lembrança a primavera vivida.

O olho lacrimeja uma saudade, uma incompreensão, uma nostalgia.

O mofo na foto denunciando o tempo, o passado que não volta.
Mas daí, logo me vem um cheiro.

Cheiro de novos tempos!
Cheiro de uma nova primavera a brotar em meu coração.
Sorrio.

A felicidade brota em uma árvore frondosa ao lado do túmulo.

O sol brilha, espalhando seus raios e formando pontos de luz multicoloridos.
E nesta paisagem, apenas sei, que fica um recomeço. De um novo tempo, de um novo ser.
Ser, estar, caminhar, viver!
Enfim...a felicidade me acompanha...assim, como o brilho do seu olhar que insiste em me perseguir vez em quando.

Mas não mais me deixo perseguir.

Capto, e sigo em frente.
Sigo certa de que essa luz ,faz parte da minha história. Luz que um dia, foi minha sombra, e agora apenas segue a iluminar outros caminhos.
Que assim seja. Para sempre.
E que outras luzes venham me banhar a íris.

.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•..•♥´¨`