quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Silêncio eloquente

Salvador Dali
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Quando as palavras já não expressam.
E qualquer pronunciamento parece oco e sem sentido.

Quando o infinito descaminho parece ser o que lhe resta.
E qualquer lágrima já não atesta tristezas...

Silêncio.

Não qualquer silêncio. Nem o vazio inexistente de pensamento.
O silêncio eloquente.

Aquele que tudo fala, tudo sente, tudo deseja.

O silêncio profundo, quase como uma prece.

E a pressa? E a razão? E o sonho? E o coração?

Nestes dias estranhos, apenas me calo.
Reparo na gota de orvalho que pousa na rosa.
Quanta beleza e tristeza!

Assim que os primeiros raios de sol despontam, evapora o orvalho amanhecido em esperanças de sobrevida.

As palavras d´alma também evaporam para um novo mundo desconhecido. Onde será que renascerão?

Lá, espero sorrir.

E dizer:

-Estou feliz de estar aqui.

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domingo, 5 de setembro de 2010

Aborto


Frida Kahlo
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O coração acordou pesado feito as nuvens escuras no céu.

Foi abortando, pouco a pouco, as belas promessas de um horizonte radioso.
Um dia, foi difícil diluir em gotas de saudade, a negação do amor não vivido.
Depois, o desejo não concluído.
Agora, o que mais havia de mais precioso e que havia os unido.

Sim, a tristeza ia passar. Desabar em gotas de chuva lágrima escorrendo pelas ruas da incompreensão.
Mas a mágoa, a velha caquética rangendo de dor, demoraria a morrer em paz.
E a inconformação de uma velha ferida que nunca deixava de sangrar, talvez um dia encontraria resposta.

As palavras ficaram assim, jogadas ao relento... como os sonhos, a fé, o feto abortado do melhor que poderiam ser.

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