domingo, 1 de novembro de 2009

Gesto. O ato que fala por si.




Renoir

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Gesto

Um gesto singelo e milhares de significados. Guarda em si uma vastidão de universo em pensamentos e sentimentos. Comunica indubitavelmente mais que mil palavras, mesmo na sutileza paralisada. De dentro de si, palavras pululam gritando verborragias insanas. E ele está lá, muitas vezes quieto, estático, porém resignificando. Nunca é silencioso, por mais brando branco que seja. Diz-me gesto, porque és tão majestosamente  poético?

Contemplo-te! Abasteça-me com as histórias que conta  através dos fios que tece em cada um de seus passos, neste tear de paisagens tão ricas que vou guardando em meu baú imagético e de felicidade. No meu baú artístico, de atriz necessitada de repertório para penetrar almas alheias e desvendar seus grilhões.

No baú de contos e causos, onde as memórias  utilizam o corpo para compor verdadeiras estórias.

Estórias tocantes.  Tocam o núcleo macio de nossa sensibilidade e nos lançam à uma perspectiva mais ampla do que nossa mera realidade de quatro paredes: a realidade do outro, a realidade da empatia, tão necessária em dias egoisticamente tristes da contemporaneidade.

Para completar, cito Artaud. Nos debruçamos sobre ele para compor nosso processo artístico, onde o texto é mero pretexto e as ações físicas (soma de gestos) são nosso ponto de partida.

"A encenação torna-se um trabalho essencial em que está em jogo a substituição da poesia da linguagem por uma poesia no espaço que se realizará precisamente naquilo que não pertence exatamente ao domínio das palavras."

Antonin Artaud

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Reflexões de uma atriz, à partir da observação de um exercício do processo de criação da Cia. Corpos Insanos.

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