domingo, 5 de junho de 2011

Adormecência

Nicoleta Ceccoli
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Os dias correm...

Escorrem feito grãos de areia por entre os dedos.
Quase não se sente...
Nem o tempo, nem o dia e a noite.
Muito menos, o pulsar.
Onde estará?

Talvez se encontre por entre os corpos cansados sacolejando no ônibus cheio.
Por entre os sorrisos amarelos escondidos sob feições apressadas.
Entre as tantas tarefas que se acumulam junto ao sono, ao canto adormecido, entre o frio que penetra na roupa...

O pulsar encontra-se tímido, tão recolhido que quase não se ouve, quase não se percebe.
Espera um resgate heróico, um brado retumbante, um eco, ou então, uma brisa suave para lhe acordar.



Morrer, não havia morrido.
É como se houvesse adormecido em um sono profundo, quase um hibernar.
Se já não sentia palpitar o peito, boca e a seresta do seu coração sem festa, gentilmente sentiu os olhos desviarem.

Seria o inverno, essa gélida estação a congelar sonhos?
Ou cansaço, a desistência?
Talvez fosse amadurecência, um leve e calmo aquietar.
Aniquilou de talvez em talvez, as antigas indagações, as pulsantes inquietações.
Ali dentro, jazia silêncio...e ainda sim, no breu da falta de respostas, encontrou a paz.

Sorriu em meio ao adormecer da alma.

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