sábado, 30 de maio de 2009

Chorei...

Marc Chagall, Bride with a Fan, 1911



Chorei...
Porque te amo.
Porque já te amo.
Porque te amar tão rapidamente assim implica em tanto medo.
E tanto amor e tanto medo, trazem tantas incertezas.
E estas incertezas quando se misturam com os fantasmas, trazem tantos abismos.
E nesse abismo, posso precipitar-me sozinha.

Chorei...
Porque te amo.
Porque já te amo.
Porque seu sorriso naquela despedida tinha uma doçura que me explodiu em pedaços.
Despedaçada em amor, em encantamento inebriante de doces sentimentos que me desperta.
Seu olhar, me lançando tantas luzes, juro, eu as vejo e sinto, penetrando profundamente, reverberando em ondas intensas, intensamente deliciosas e conflitantes.

Chorei...
Porque te amo.
Porque já te amo.
Porque encontrei uma estrela que sonhei, mas ainda tão encoberta de nuvens, nega-me a visão radiante e majestosa de toda sua potencialidade a iluminar meus caminhos.
E esse pálido reflexo de seu brilho me ilumina, mas também me cega.

Chorei...
Porque te amo.
Porque já te amo.
Porque voar é tão simples quando se tem asas.
E vejo as nossas, tão lindas, enormes, podadas pelo anjo negro a sobrevoar nossas auréolas.
Anjo negro, que insistimos em temer.

Chorei...
Porque te amo.
Porque já te amo.

Porque é tão simples estar com você, é tão simples ouvir sua voz, tão simples te entender, penetrar na sua alma e identificar a minha. Tão simples ter você, mas tão complicado de aceitar as complicações externas e negar a ausência de desafios.

Chorei...
Porque te amo.
Porque já te amo.
Porque reconhecer nossa alquimia transcendental e se deparar com limitações externas, machuca, fere as feridas mal curadas que tenho que cuidar todos os dias. Feridas que insistem em sangrar quando os medos se impõe ferozmente.


Chorei...
Porque te amo.
Porque já te amo.
Porque a alegria que me traz, a completude, tão rara, tão escassa neste mundo de especiais, me transforma e me dignifica, trazendo a paz imensa que transformei em melodia.
Igual a sua melodia, que insistentemente toca as fibras de meu ser.

Chorei...
Porque te amo.
Porque já te amo.
Porque sua presença em minha vida foi uma surpresa tão deliciosamente fatal do destino, e implica em resignificações, que temo não estarmos preparados.
Reconhecer que podemos talvez ser, as "pessoas certas no momento errado", me faz despencar em lágrimas.

Lágrimas.
Sal.
Sal que pode ser usado pra curar feridas, como antisséptico, como limpeza de profundas rupturas na pele.
E assim, deixo que elas escorram. Quem sabe elas não me curam.
Deste medo.
Desta dor de um dia te perder, sem ao menos ter te ganhado.
Destas sombras que nos perseguem.
Destas arestas a serem aparadas.
Destes medos que insistem em se enraizar.
Destas racionalidades que me cessam de responder a cada vez que ouço sua voz soprando no meu ouvido palavras tão nossas.

Por isso chorei.
Pra me curar.
Já que me curar de você, não sei se é possível.
Pra me curar de mim mesma e dos meus métodos de auto-sabotagem.
E por isso choro.
Porque te amar implica em catarse.
E toda catarse dói.
Lágrimas que se transformam em sorriso.
Dor que se transforma em paz.
Medo que se transforma em plenitude.
E sonho com isso...
Espero mesmo, que a catarse seja completa.
E que ela venha com todas as dores, mudanças, pra no final estourarmos em aplausos.

Te amo pra todo sempre...

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