quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sobre o amor...

Marc Chagall

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Venho questionando-me, reconfigurando, abrindo janelas, portas, deixando muita luz entrar sobre o que é amor verdadeiro, sobre amar e ser amado.
Embora passei por algumas relações com fins dolorosos, todos representaram aprendizado, mas mais que aprendizado, trouxeram transformação pessoal.
De todas os pilares da vida que me fizeram ser o que sou, as minhas relações amorosas sem dúvida, foram ícones de repaginar quem eu sou. E agora, pergunto-me: O que é amor? O que diferencia um amor verdadeiro de uma paixão obsessiva? De dependência emocional? De vício?


Amor tem que vir pra trazer alegria. Mas pra isso, as pessoas envolvidas tem que se sentir completas com elas mesmas. Não adianta amar mais ao outro que a si mesmo. E não adianta amar mais a si, do que o outro. Tem que haver equilíbrio. Amar é compartilhar. E não tem excessos.

Amor traz luz. As pessoas se sentem naturalmente felizes, seguras, completas. Se mudam algo em sua personalidade, tem que mudar pra melhor. Não acredito naquelas relações que a pessoa quando está do lado da outra, se transforma completamente, não age naturalmente. Tem algo de errado, desconexo. Quando amamos verdadeiramente, somos amados pelo que somos, nem mais ou menos. Se tentamos ser sempre o que a outra pessoa deseja, não é amor. O amor aceita integralmente o que o outro é, o ama com todos os defeitos e qualidades que vem no pacote.

Amor traz liberdade. É saber que pode-se não estar junto fisicamente, mas há uma conexão invisível tão poderosa que não se desliga. Há algo em suspensão. É sorrir e enxergar o sorriso do outro em si. É querer que o outro seja feliz acima de tudo, mesmo implicando na ausência, nas escolhas diferentes. É respeitar seu espaço, sua individualidade, seus gostos, sonhos, desejos. É saber que o outro não te pertence, que ninguém é de ninguém, que o amor é livre e não é único e exclusivo. Que o que te liga a outra, é a simples vontade de estar junto, porque te faz sentir-se mais feliz.


Amor traz completude. É aquele sentimento que o outro te desperta o que tem de falta, e o que tem de sobra, falta no outro. As pessoas não precisam ser idênticas, nem concordar em tudo, nem ter as mesmas idéias. Precisa-se haver respeito mútuo e saber ouvir, ouvir a verdade do outro e compreender. Não pode haver anulação. A completude de saber que você é mais completo, porque é compreendido, é valorizado, é amado. Amar é amar inclusive os defeitos do outro. Rir deles. Dar toques, ajudar o outro a vencer, mas não com cobrança excessiva, e sim com carinho e dedicação. Todo mundo tem seus percalços de identidade, e o amor tem que vir pra compreender e te ajudar. Oferecer uma ponte de mudança, não cobrar.

As incompatibilidades são naturais. As desavenças também. Não dá pra imaginar que o amor verdadeiro nunca tem divergências. Elas são naturais, necessárias pra que a gente cresça. Mas estes desafios, tem que vir carregados de muito amor, muita compreensão, de entendimento, não acusações, cobranças. É ser paciente e complacente.

Amor traz leveza. Quando se está junto, sentimos que o tempo voa, o ar fica leve, a gente se sente a gente mesmo. Podemos falar as maiores idiotices, podemos ser fúteis, podemos ser ridículos, podemos simplesmente retirar todas as máscaras. Até porque o outro, nos enxerga sob todas as aparências. Ele é capaz de penetrar em nossa alma, e nos enxergar absolutamente nus. Amar é ser amigo, parceiro, cúmplice. É ver duas pessoas com suas individualidades bem trabalhadas, compartilhando interesses, sonhos, vivências. É sonhar o sonho do outro, mas ter seus próprios sonhos bem definidos e vivenciá-los também. Alguém que vive para o outro e esquece de si, não está amando. Está se alimentando, sugando.

É uma fusão de almas.
É inacabável.
Muda de forma, mas sempre continua sendo amor.
É torcer pela felicidade alheia acima de tudo.
É dividir.
É tolerar.
É se enxergar no outro.
É um reencontro.
É um reinício.
É luz.
São duas chamas ardendo numa só. Um fogo que regenera, que purifica, que transforma.
É catarse.
É vida.

Amor, é pra trazer felicidade. Se não traz felicidade, não é amor. E ponto.

Termino com a frase de Paulo de Tarso, sobre o que é amor.
Linda, perfeita...Utópica? Talvez...Mas acredito que é possível, basta querermos, lutarmos contra as nossas imperfeições que nos trazem a ilusão de posse, vício, ofuscamento, aprisionamento, cobrança. Que possamos ser capazes de deixarmos pequenezas de lado e vivenciar somente as grandezas! Viva o amor!

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca acaba."
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Um comentário:

  1. Cumplicidade precisa ser recíproca, Amor não, é uma via de mão única que já é completa por si só, e essa é toda a graça e beleza, o amor não depende de mais ninguém além de você para sser o sentimento maravilhoso que é, e assim ele te completa apenas por existir, e não por ser algo que talvez lhe retribua uma gentileza.

    "Se existe algum vazio em tua vida, preenche-o com Amor"

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