domingo, 15 de agosto de 2010

Labirinto

Salvador Dali
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E se eu me perder, tentando achar o portão no labirinto do seu coração?

Que eu me perca!

Que eu me jogue ao chão, espalhando meus cabelos no teu corpo nu.

E que no enrosco de pernas e bocas, o frio veja o reflexo do calor através das nossas faces rubras de desejo.

E quando partir, que eu possa ainda sentir tuas paredes frias e me embrenhar nas suas fantasias, em cada lâmpada que acende quando a noite chega.

E quando voltar, que voltes branco como a lua, para me encher de gozo na madrugada das ruas dessa paixão.

E ao amanhecer, entre lençóis e raios de sóis que brotam por detrás das montanhas de nossos corações, sejamos mais a sós, mais sorrisos e gentilezas. Que a alegria seja nosso combustível.

Arranca-me em camadas, deixa-me nua, coma-me crua.

Desabrocho aos seus olhos, e já nem me importo.

Sou tua nessa rua de paralelepípedos.

E se um dia acabar -como tudo um dia se acaba e se transforma- eu terei vivido. Poderei espalhar pedacinhos de uma história completa: começo, meio, fim e mais um milhão de descobertas.

O mais importante de estar junto é o que se apreende para si.

Mais valioso do que achar a saída deste labirinto, é se perder; para então se encontrar.

Mas saberei sem arrependimentos que vivi entre as brumas do seu coração.
E que desbravou da relva até a selva da minha alma- carmim- espinho -pétala.

Se a rua é comprida, eu não sei.
Se a rua tem casas, eu não vejo.
Se a rua tem nome, não leio.

Mas é rua.

Dilua-me no caminhar do desejo.

Estou líquida.

Venha beber. Venha vi-ver!

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