Salvador Dali
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Um dia, tão entretidos na pétala, perderam-se dos caminhos.
Um dia, tão perdidos na inércia, feriram-se com os espinhos.
Rosa Carmim foi despetalada.
Chatearam-se com a pele que fora rasgada.
Acusaram-na de revoltada.
Rosa Carmim chorou orvalho ao amanhecer,
Tão incompreendida e pálida em seu ato falho.
Com o raiar do sol em luzes tão reconfortantes,
Percebeu que deveria exalar mais perfume e instante;
Pediu ao seu jardineiro para voltar a lhe cuidar:
-Ficarei feliz se puder voltar. Só não se esqueça de luvas usar. Farei questão de sempre florescer e exalar o meu melhor aroma às noites. Mas os espinhos estarão sempre lá, a não ser que tenha amor e paciência para retirar, um por um, sempre feliz a cantar.
Rosa Carmim sorriu.
Haveria sempre alguém para reconhecer toda a sua beleza e incerteza.
Toda a contradição e a paixão de uma flor tão comumente especial.
Impossível negar os espinhos intrínsecos de sua essência.
Já abrir-se em amor, era o ato mais comum e indescritível de sua presença.
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Rosa Carmim sempre terá admiradores
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