sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Rosa Carmim


Salvador Dali
♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•

Um dia, tão entretidos na pétala, perderam-se dos caminhos.
Um dia, tão perdidos na inércia, feriram-se com os espinhos.

Rosa Carmim foi despetalada.

Chatearam-se com a pele que fora rasgada.

Acusaram-na de revoltada.

Rosa Carmim chorou orvalho ao amanhecer,
Tão incompreendida e pálida em seu ato falho.

Com o raiar do sol em luzes tão reconfortantes,
Percebeu que deveria exalar mais perfume e instante;
Pediu ao seu jardineiro para voltar a lhe cuidar:

-Ficarei feliz se puder voltar. Só não se esqueça de luvas usar. Farei questão de sempre  florescer e exalar o meu melhor aroma às noites. Mas os espinhos estarão sempre lá, a não ser que tenha amor e paciência para retirar, um por um, sempre feliz a cantar.

Rosa Carmim sorriu.
Haveria sempre alguém para reconhecer toda a sua beleza e incerteza.
  Toda a contradição e a paixão de uma flor tão comumente especial.
 Impossível negar os espinhos intrínsecos de sua essência.
Já abrir-se em amor, era o ato mais comum e indescritível de sua presença.

♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•.¸¸.•♥´¨`♥•

Um comentário: