quarta-feira, 21 de julho de 2010

Laços e estilhaços

Nicoletta Ceccoli
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Compartilho a tua dor.
Como vidro quebrado, estilhaçada por uma verdade que lhe foi negada.
Compartilho a sua incompreensão.
As dúvidas permeando às margens do seu coração, dia a dia.

Compartilho tua solidão.
Estive no  escuro das tuas piores lembranças de infância para te confortar.
Compartilho a sua ação.
De expor olho no olho, o que já  não podia suportar.

Compartilhava mesmo antes de saber.
Já imaginava, que se viesses a conhecer todos os mistérios que rondavam assustados com medo de serem descobertos, não haveria muito o que compartilhar.

Compartilho cada lágrima decepcionada.

Se a raiva te permitir acreditar, compartilho cada parte que te machuca.

Só não compartilho a raiva. As palavras ásperas carregando julgamentos pesados de caráter ou intenção. Não compartilho a negação de tudo de bom que já lhe ofereci, todos os sorrisos que te fiz sorrir, e todo o amor que eu dediquei, mesmo que cegas de irritação, ouses dizer que não.
Não compartilho sua expressão. Fria, distante e fechada para uma verdadeira aceitação. Insensível aos possíveis motivos, aos meus temores de preservação do que agora me é negado.

Se a vida é tão unilateral da maneira como enxerga, eu quero me transportar pra outra dimensão.

Onde haja, apesar da dor, um sopro de respiração por mais compreensão.
Onde haja, apesar dos erros, possibilidade de amanhã se tornarem acertos.
Onde haja, apesar da ferida, mais um pouco de vida; a alegria de dias mais felizes.

Nego a culpa. Mas não omito meu erro. Apenas os coloco dentro de uma caixa ampla e colorida; a caixa dos erros coloridos das melhores intenções.

Se a minha fraqueza é a covardia e a hesitação da verdade, talvez a sua seja a hesitação da compreensão e excesso de coragem. Julgue, puna, magoe-se, remoa, condene. Não posso te negar esse direito.
Mas dê-me o direito, de não compartilhar a expressão superficial e passional que jorra de ti.

E se o que ofereço de mim, essa imensa e complexa rede de ventos, não te for aprazível, lamento. Fique com a última e amarga lembrança e negue as outras trocentas tantas boas que ofereci.

Cada um enxerga a vida como bem prefere sentir.

Guardarei as boas lições e  alegrias que me concedeu.

Guardarei o seu sorriso, que pra mim é a única coisa que salvaguarda, dentro da insensatez que se instalou.

Guardo os laços, e nego os estilhaços. Prefiro guardar o que ficou de paz.

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http://bit.ly/bbUpQr

Um comentário:

  1. Olá... meu nome é Cleysn e sou dono do Blog ESCAVADOR DE SILÊNCIOS>.. e to seguindo o teu... que por sinal achei muito bonito, e todas as palavras existentes para definir algo belo e bem colocado. Os textos são ótimos e as imagens escolhidas perfeitas.. Van Gohg é meu mais preferido. mas enfim, se puder me seguir tbm vou agradecer... e vou voltar a comentar... ja que eu adoro ler o blog de outras pessoas e comentar tbm. abraços e tudo de bom pra ti

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