quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Bololô



Klimt

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Basta sentir sua presença por perto.


Mil portas se abrem, escancarando desejos que se escondem por trás delas.

Vislumbro sua figura, seu porte atlético de coxas delineadas por seu futebol às quintas.
Longe, olha-me com seu olhar inconfudivelmente recolhido, dentro dele guarda sempre os melhores segredos que escapam fugidios, às vezes  revelam-me detalhes.

O sorriso, é o mais irressistivelmente sexy e levemente misterioso que já vislumbrei. Na verdade, oculta apenas palavras, mas explode em significados cada vez que ergue suas pontas para os lados.

Fico de longe te olhando.

Nem sei dizer como estou, do outro lado da porta. A placa de aviso bem ao seu lado diz: “Cuidado, pista em obras”. Mordo os lábios, levemente nervosa. Releio a frase de alerta, mas minha atenção escapa para o seu contorno. E a frase perde significado. É como se momentaneamente ficasse cega ou até mesmo analfabeta e enxergo borrão ou um conjunto de símbolos sem nexo.

Ficamos instantes na fronteira nos observando. Tento ler seus pensamentos. Tento ler os meus. Eles perpassam tão apressados que chegam a inexistir. Resta somente um instinto, um impulso.

Impulso.

Instinto.

Insano.

Profano.

Soberano.

Sagrado.

Desejado em pensamentos fugidios que batem em portas proibidas e saem correndo apressados e arfantes!

Quem ousa cruzar a linha de partida e partir em direção a imensidão?

Você ou eu?

Não sei quem inicia o primeiro movimento, apenas finda a paralisia muda de controle racional.

Finda qualquer externidade, findam os pensamentos contraditórios, findam os murmúrios abafados de “melhor não”. E como dois tresloucados de desejo, nos jogamos na mesma direção.

O bololô que se segue é inexplicavelmente prazeroso e inenarrável.


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