domingo, 24 de outubro de 2010

Barquinho de papel

                                                         
Valmir Bonfá
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Barquinho de papel
Flutuando, permanece à deriva
De uma ventania
De uma intempérie
Ou mesmo de brisa salgada a lhe inspirar.

Mas não vem a chuva
Não vem o sol
Nem o vento a lhe soprar.

De repente, uma mão o aprisiona
E desfaz sua forma, transformando-o em bilhete.

Em seu verso, letras pequenas, mas legíveis:

"Venha saborear. E amanhã, o que será? 
Será vento, chuva e sol. Casamento de espanhol."

A moça guardou o bilhete molhado em seu corpo suado,
E partiu, sorridente.
Ali na esquina. E somente, ali, naquela esquina estaria contente.

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2 comentários:

  1. Inusitado, simples, belo... e comovente. Você trabalha imagens e situações de modo admirável, orquestra, brinca, cuida.

    beijos...

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  2. Só espero que o papel não se desmanche (em decepções)

    bjinh

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